HISTÓRIA DE CENTENÁRIO Voltar

A história de Centenário remonta ao inicio do século passado quando o governo do Estado do Rio Grande do Sul deu continuidade ao projeto de ocupação com destaque ao Norte de Passo Fundo.  O excedente populacional das chamadas Colônias Velhas e a campanha do governo da União para atrair imigrantes europeus resultaram no deslocamento de um notável número de famílias, e também de avulsos, que desbravaram o chamado Serão do Alto Uruguai.


Através da Comissão de Terras de Passo Fundo o Estado demarcou e colonizou a partir de 1907 os lotes rurais das Linhas 1, 2 e 3 da Secção Rio Branco, e as Linhas 1 e 2 da 1ª Secção Rio do Peixe. Parte delas integra o atual território do município de Centenário. A contar da instalação da Colônia Erechim, no ano de 1909, capitaneada pelo Engenheiro Severiano de Souza e Almeida, esta assumiu a jurisdição sobre a ubérrima região conforme relatório de Lindolpho Silva que naquela primeira década do século havia percorrido a região a serviço do Estado.


Imigrantes poloneses que haviam sido instalados em projetos nos anos finais do século XIX em outras paragens do RS, e insatisfeitos com a qualidade das áreas recebidas, foram encaminhados as Comissões de Terras de Passo Fundo e de Erechim. Do mesmo modo descendentes eslavos oriundos de São Marcos, Veranópolis, Guarani das Missões, Bento Gonçalves, entre outras.  Muitas destas famílias foram encaminhadas para a Secção Rio do Peixe. Pela localização estratégica junto ao referido rio vai se formar uma das primeiras comunidades que recebe o nome de Lajeado Valeriano.


A instalação de estabelecimentos comerciais, casa de pasto e açougue, num local de passagem dos agricultores que se dirigiam até a sede da Colônia Erechim, aliada a de caixeiros viajantes e carroceiros, deu origem a um vilarejo que recebe o nome de São Paulo. As Estações mais próximas da Estrada de Ferro eram Erechim (atual cidade de Estação), Paiol Grande (atual Erechim), e Barro (Gaurama), o que dificultava a vida dos pioneiros. A aquisição de produtos de subsistência como querosene, sal, açúcar e café, entre outros, e de ferramentas e sementes, exigia uma longa jornada por entre caminhos abertos pela Comissão de Terras. A mesma dificuldade era enfrentada para escoar a produção agrícola e a banha, situação remediada posteriormente quando o comércio no entorno passou a suprir esta demanda. O atendimento aos enfermos foi outro sério problema, já que os hospitais mais próximos estavam em Erechim e Boa Vista do Erechim.


No início da década de 1920 o vilarejo de São Paulo passou a se denomina Vila Centenário. Pelo menos duas versões justificam a escolha do topônimo: a mata de árvores centenários, com predominância a araucária; e as festividades do centenário da Independência do Brasil a ser realizada no ano de 1922.


Como nas demais regiões colônias as famílias mantinham a língua de origem. As distâncias e a falta de recursos para enviar os filhos estudarem era suprido pela educação na própria residência. Fontes documentais apontam que a primeira escola foi aberta no ano de 1930, com professores nomeados pelo município de Boa Vista do Erechim, mais tarde rebatizado de José Bonifácio, e finalmente Erechim.


Com a criação de Gaurama em 15 de dezembro de 1954 (Lei nº 2530) Centenário passa a integrar o novo município. Quatro anos depois a localidade é elevada a 4º Distrito de Gaurama. A Constituição de 1988 garantiu a emancipação de Distritos que manifestassem a anuência de seus habitantes mediante plebiscito, e também condições financeiras. Foi o que ocorreu com Áurea, que no ano de 1989 foi elevado a município. Irmanada no objetivo de alcançar a emancipação política e administrativa os eleitores de Centenário participam do plebiscito que indica o desejo de autonomia. Pela Lei Estadual nº 9618 Centenário foi elevado a município no dia 20 de março de 1992.


Com um território de 1 34,230 km² Centenário tem uma população estimada de 2.865 habitantes (IBGE – 2021) e o PIB per capita [2019] de R$28.723,78. O carro chefe da economia é o setor primário. Na agricultura destaque para a produção de soja, milho, trigo, cevada, feijão, fruticultura e erva-mate.  Na criatória a bovinocultura de leite e corte suinocultura, avicultura. O comércio e serviços atendem a demanda da cidade e interior e sua incipiente indústria se consolida no mercado regional, estadual e nacional.

 

As manifestações culturais são riquíssimas, com destaque ao regionalismo e a dos imigrantes europeus. As belezas naturais, a gastronomia típica, com destaque a polonesa, alemã e italiana, e o calendário de eventos, promovidos pelo poder público em parceria com as entidades locais e comunidades, vem impulsionando o turismo. A Festa do Pierogi – jantar polonês, uma das atrações do calendário de eventos do município, atrai visitante. Também se destaca o Natal Luz e diversas outras programações.